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O Layout QWERTY e a inércia institucional

José Carlos Fernandes Junior
Publicado em 22/04/2024 às 19:07
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A inércia institucional é um fenômeno que desafia muitas organizações, retardando a adoção de mudanças benéficas e limitando a otimização da eficiência. Nessa linha de intelecção, de pronto, oportuno destacar, como exemplo, o layout QWERTY dos teclados de computador. Desenvolvido originalmente para máquinas de escrever mecânicas no final do século XIX, o layout QWERTY foi projetado para minimizar as colisões entre as hastes das letras mais comuns, visando aumentar a velocidade de digitação e reduzir travamentos.

Contudo, com o advento da era digital, as limitações físicas das máquinas de escrever tornaram-se obsoletas, e a justificativa original principal para o layout QWERTY deixou de ser relevante. Os computadores não sofrem com o problema das colisões entre as hastes das letras, proporcionando uma oportunidade para repensar e otimizar a disposição das teclas.

Apesar disso, o layout QWERTY persiste como o padrão predominante nos teclados de computador. Argumenta-se que a manutenção está justificada na familiaridade dos usuários, na compatibilidade com sistemas existentes, na resistência à mudança e na falta de incentivo para adotação de uma alternativa.

Embora compreendamos o valor da familiaridade e da compatibilidade, é fundamental reconhecer que a inovação impõe coragem para desafiar o status quo. A resistência à mudança e a complacência com o que é familiar podem ser obstáculos para a busca da eficiência.

Daí ser imperativo que as organizações busquem constantemente maneiras de superar a inércia institucional, promovendo uma cultura de inovação e adaptabilidade, incentivando o estabelecimento de um ambiente que valorize a criatividade e o pensamento crítico. Afinal, embora a mudança possa ser desafiadora, os benefícios de uma abordagem inovadora e voltada para o futuro são inegáveis.

Ao buscar constantemente maneiras de aperfeiçoamento, as instituições reposicionam-se melhor diante do inevitável enfrentamento dos desafios gerados cotidianamente em uma sociedade em incessante e célere mudança, capacitando-se para prosperar em um ambiente competitivo e dinâmico.

Enfim, se por um lado alguns se conformam com a preservação do layout QWERTY no teclado de um computador, também há aqueles que enxergam na inovação contínua uma poderosa bússola de orientação do caminho rumo à boa governança, imprescindível à sobrevivência e evolução de toda e qualquer instituição.

 José Carlos Fernandes Junior

Promotor de Justiça, ingresso na carreira do Ministério Público do Estado de Minas Gerais em agosto de 1991; com especialização em Divisão de Poderes, Ministério Público e Judicialização, pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do MPMG (CEAF/MPMG); mestrando em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM-SP)

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