ARTICULISTAS

Não às guerras

Cesar Vanucci
Publicado em 29/05/2025 às 20:08
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“Nunca houve uma guerra boa, nem uma paz ruim”. (Benjamin Franklin)

Primeiro, Francisco. Depois, Leão XIV. O vigoroso brado pela Paz, emitido pela Cátedra sagrada, encontra receptividade calorosa nas mentes e corações fervorosos. Não consegue, todavia, transpor a blindagem dos insensíveis e embrutecidos “Senhores da Guerra”, nem de seus empedernidos vassalos, os armamentistas. Insuflados por paixões cegas, gana insaciável pelo poder, fanatismo de teor religioso e político exacerbado, ambição desmesurada por ganhos fáceis, estas forças obscurantistas, despojadas de qualquer resquício de humanidade, fazem ouvidos moucos aos apelos provindos de todas as partes, no sentido de um “cessar-fogo”, do diálogo, de conversações que possam buscar formas de conciliação e convivência civilizada.

Gaza, Ucrânia, Sudão, entre outras inúmeras regiões conflagradas em nossa maltratada Aldeia Global, despontam como referências apavorantes dos descaminhos trilhados por lideranças e grupos em desarmonia com o sentido da vida.

Se o “Não às guerras” das alocuções pontifícias e de outras vozes verdadeiramente representativas do sentimento do mundo pudesse orientar as decisões políticas da história contemporânea, o ser humano, moldado à imagem e semelhança de Deus, como rezam as Escrituras, poderia atingir os desejáveis patamares de bem-estar social descortinados no projeto da Criação. Os conflitos espalhados por este mundo do bom Deus, onde o tinhoso costuma plantar seus traiçoeiros enclaves, dizimam vidas preciosas e reduzem a escombros frutos grandiosos nascidos do labor humano. Os valores pecuniários empregados na destruição são de tal monta que chegam a suplantar os PIBs acumulados de vários países. Caso deslocados para fins de construção, tais recursos poderiam, em curto espaço de tempo, pôr fim a praticamente todas as mazelas de ordem social que aviltam a dignidade e tanto enfeiam a paisagem humana de nossos tempos.

Compreendido como “Sim à Paz”, o “ Não à guerra” implica na imediata paralisação das atrocidades cometidas nos campos de batalha. Em mesas de negociações que proporcionem consensos em torno de questões apontadas como causa dos confrontos armados, pactos de não beligerância sob supervisão da Comunidade das Nações, representada, naturalmente, por uma ONU fortalecida e respeitada pelos Estados membros. Poderá alguém argumentar, face ao que está sendo lido, que tudo isso é irrealizável. Não a de Utopia. O contra-argumento, caldeado na esperança, este impulso heroico da alma, enfatiza que as utopias são necessárias para quebrarem a aridez de momentos adversos da aventura humana.

A mensagem dos Pontífices precisa ser ouvida. “Não à guerra” com seu cortejo de horrores!

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