População de rua em Uberaba é alvo de estudo conduzido pela UFTM e Seds

Um estudo inédito sobre a rede de assistência à população em situação de rua está sendo conduzido por meio de uma parceria entre a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SDS). A pesquisa, revelada com exclusividade à Rádio JM, tem duração prevista de dois anos e a expectativa é que provoque importantes transformações na forma como as políticas públicas são pensadas e executadas em Uberaba com relação a essa parcela da população. 

A proposta do projeto nasceu em 2017, com ações em equipamentos da assistência social, e ganhou força nos últimos dois anos e meio com o trabalho direto junto à população em situação de rua de Uberaba. Agora, com apoio institucional da istração pública, o estudo avança para um diagnóstico mais profundo e estratégico. 

“Estamos mapeando os equipamentos, fluxos de trabalho, processos e ações para entender onde estão as potências e onde estão as fragilidades que impactam a efetivação dos serviços”, explica Paula Cardoso, assistente social e pesquisadora da UFTM. O levantamento considera também a percepção dos usuários, que têm apontado diretamente o que funciona e o que precisa ser melhorado. “É uma população muito diversa, que precisa de uma rede capaz de compreender essa complexidade de forma articulada e eficaz”, completa. 

Segundo o secretário de Desenvolvimento Social, Ernani Neri, o objetivo é consolidar uma política pública que ultrae gestões e produza resultados de curto, médio e longo prazo. “Queremos construir algo que funcione independentemente de quem estiver à frente da istração. Por isso, unimos a experiência da equipe da Seds com a qualificação técnica da UFTM”, afirma. 

O estudo está na fase final de mapeamento, que visa quantificar e qualificar a população de rua. A partir disso, serão pensadas soluções concretas. Os dados coletados devem embasar ações como oficinas de capacitação para servidores, produção de materiais informativos íveis e o desenvolvimento de dispositivos que melhorem a comunicação com a população e fortaleçam a rede de serviços. 

Apesar dos desafios, os responsáveis pelo projeto demonstram otimismo em relação aos resultados. “Queremos criar dispositivos comunicacionais que tragam informações de forma clara, lúdica e ível, para que toda a população possa conhecer esses serviços e participar mais ativamente como comunidade”, finaliza a assistente social.