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Departamento de Educação Inclusiva recebe cerca de 30 pedidos por dia por professores de apoio

Dificuldade para conseguir laudo médico é um dos entraves apontados por famílias

Dandara Aveiro
Publicado em 06/06/2025 às 11:08
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O Departamento de Educação Inclusiva, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), recebe, em média, 30 solicitações por dia de professores de apoio para estudantes da rede pública. Atualmente, são 793 profissionais atuando nas unidades escolares, responsáveis pelo acompanhamento de 1.024 alunos que necessitam de e individualizado ou coletivo em sala de aula. As informações são da chefe do departamento, Gismeire Portes, em entrevista à Rádio JM

De acordo com Gismeire, a alta demanda vem acompanhada de desafios, entre eles a recusa de algumas famílias em ar atendimento médico especializado para obtenção de laudos que confirmem o diagnóstico de transtornos de aprendizagem ou deficiências. “Encaminhamos muitos casos para a rede de saúde, mas alguns pais não levam por opção. Muitos acreditam que é só uma fase, que vai ar, ou preferem não procurar ajuda. Além disso, tem a fila eletrônica, e não é possível burlar esse sistema. Então, a criança vai ser atendida como os demais da comunidade”, explicou Gismeire. 

Entretanto, uma ouvinte da Rádio JM se manifestou, afirmando que a ausência do laudo médico nem sempre está relacionada à negligência das famílias, mas sim à dificuldade financeira. Ela salientou que profissionais especializados no diagnóstico de autismo são escassos na rede pública, o que obriga muitos pais a buscarem atendimento particular.  

“A professora da minha neta nos orientou que ela poderia estar dentro do espectro autista. Mas quase não há profissionais disponíveis na rede pública. No particular, as consultas são muito caras. Só a neuropediatra cobra R$ 500,00. Depois ainda tem a neuropsicóloga, que custa R$ 300,00 e mais R$ 200 por semana de avaliação. Não é qualquer pai que tem essa condição”, relatou. 

Segundo Gismeire, apesar da importância do laudo médico, ele não é obrigatório para que o aluno receba acompanhamento. A própria escola pode fazer a observação e encaminhar o caso para a Semed, que avalia a necessidade do professor de apoio com base na funcionalidade do aluno. “Temos um instrumento de avaliação interna, baseado no que a escola relata e também em visitas técnicas. Porém, temos que orientar as escolas e, muitas vezes, conversar com a própria família de que, nem sempre, é uma questão de professor de apoio”, esclarece a especialista. 

A chefe da pasta reforça, no entanto, que o volume de pedidos exige atenção constante. “Só neste ano já encaminhamos 116 novos professores de apoio. Mesmo assim, sabemos que há muito o que melhorar; por isso investimos também em formação continuada dos profissionais, incluindo profissionais de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e demais educadores da rede”.  

Atualmente, 98 salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) estão em funcionamento na rede, atendendo 1.444 alunos, somando casos de deficiência e transtornos de aprendizagem. Além disso, as instituições públicas de ensino do município possuem 793 professores de apoio, para 1024 alunos que precisam de acompanhamento individualizado ou coletivo. “Hoje, a gente recebe cerca de 30 pedidos de professores de apoio por dia, e não tem sala com menos de três ou quatro alunos com algum tipo de deficiência. E, com mais diagnósticos chegando, fica mais evidente que sempre tivemos alunos com muita dificuldade, que antes só não sabíamos o que era”, finaliza Gismeire. 

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