SEM VAGAS

Cachorro atropelado há dois dias aguarda por leito e gera reclamação sobre a demora

Protetoras tentaram ajuda com a Superintendência de Bem-Estar Animal, que recusou acolhimento do animal, informando que não havia leitos disponíveis dentro do convênio firmado com o HVU

Dandara Aveiro
Publicado em 30/05/2025 às 16:57Atualizado em 30/05/2025 às 20:14
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Cão foi resgatado após ter sido atropelado (Foto/Divulgação)

Cão foi resgatado após ter sido atropelado (Foto/Divulgação)

Um cachorro atropelado na manhã de quinta-feira (29), na rua Iguatama, no bairro Abadia, segue sem atendimento veterinário mesmo após dois dias do ocorrido. A denúncia foi feita ao Jornal da Manhã por protetoras independentes, que relataram, ainda, que a Superintendência de Bem-Estar Animal de Uberaba foi acionada com pedido de socorro, sem sucesso. O animal foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros e, desde então, permanece sob os cuidados da corporação. O Hospital Veterinário da Uniube informou que o animal ou por triagem e que não faltam leitos na instituição, mas que a regulação dos atendimentos, por o HVU ser uma instituição privada, cabe ao Município.

Segundo uma das protetoras, o atropelamento ocorreu por volta das 11h de quinta-feira. Pouco tempo depois, ela entrou em contato com a Superintendência, mas recebeu como resposta que o animal não poderia ser recolhido por falta de vagas no Hospital Veterinário da Uniube. “O cachorro estava sangrando e uma protetora tentou contato com a Superintendência por mensagem, mas até agora, o caramelo continua nos Bombeiros”, contou a denunciante, à reportagem do Jornal da Manhã

O caso repercutiu nas redes sociais, onde uma das protetoras afirmou que a situação de abandono por parte do poder público é recorrente. "O órgão que deveria oferecer e está cada dia pior. Os animais estão à míngua, e nós, protetoras, já não temos mais de onde tirar dinheiro para ajudar esses coitados. Nem mesmo para uma consulta simples, para aliviar a dor do animal, eles conseguem liberar atendimento", desabafou, dizendo que esse é apenas um dos casos de negligência, já que outras quatro reclamações envolvendo maus-tratos teriam sido feitas à Superintendência. 

Na tentativa de buscar ajuda de outros representantes do município, as protetoras acionaram vereadores ligados à causa animal em Uberaba. Denise Max, Diego Rodrigues e Caio Godoi relataram dificuldades semelhantes em obter resposta por parte do órgão. Segundo a assessoria de Godoi, em conversa dieta com a denunciante da situação, a resposta da Superintendência se manteve.  

Pelo WhatsApp, protetora foi informada de que não havia leitos disponíveis no HVU (Foto/divulgação)

Pelo WhatsApp, protetora foi informada de que não havia leitos disponíveis no HVU (Foto/divulgação)

“Recebemos a mesma negativa da Superintendente. Vamos reforçar o contato, explicando a urgência da situação e a necessidade de garantir o socorro enquanto ainda há tempo. Não está tendo resposta positiva nem para os vereadores”, informou membro da equipe do parlamentar. 

A equipe do JM entrou em contato com a Prefeitura de Uberaba, solicitando esclarecimentos da Superintendência de Bem-Estar Animal, tanto sobre o caso específico do cachorro atropelado quanto sobre a ausência de comunicação com a população e representantes públicos. A pasta apenas confirmou que “não foi possível acolher o animal em questão devido à indisponibilidade de leitos no convênio com o Hospital Universitário”.

O Hospital Veterinário da Uniube informou ao JM, em nota, que "na última semana, chegou no Hospital Veterinário da Uniube (HVU) um animal com suspeita de atropelamento, encaminhado pelo Corpo de Bombeiros. O hospital prontamente realizou a triagem para dar os primeiros atendimentos ao animal e avaliou o quadro como "classificação verde", ou seja, sem urgência ou emergência clínica. Foi solicitado que o caso fosse inserido via convênio com a Prefeitura Municipal de Uberaba (PMU). No entanto, conforme os protocolos vigentes, a autorização para esse tipo de atendimento deve partir da própria PMU, via Superintendência de Bem-Estar Animal, que é responsável pela gestão e liberação dos leitos destinados ao convênio. O HVU reforça que, como hospital privado, atua de acordo com os critérios e autorizações estabelecidos pelos órgãos públicos conveniados. A instituição permanece à disposição para o acolhimento de casos autorizados pela Prefeitura e reafirma o compromisso com a saúde animal e o bem-estar da comunidade", finaliza.

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