Julgamento foi realizado ontem e manteve a decisão de 1ª instância
Renatinho foi alvejado na véspera das eleições suplementares em Campo Florido, em junho de 2017
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) mantém decisão de levar a Júri Popular os 7 acusados da tentativa de homicídio contra o prefeito de Campo Florido, Renato Soares de Freitas, o “Renatinho”. O acórdão em 2ª instância foi publicado hoje e manteve a mesma posição de 1ª instância. Os recursos impetrados pela defesa dos réus foram negados.
O réu José Brito de Alencar, que estava usando o nome falso de “Celso”, confessou que deu três tiros e explicou a dinâmica do crime. Segundo ele, havia sido contratado pelo Sargento Zacarias, em nome do ex-prefeito de Campo Florido, Ronaldo Castro Bernardes, que está cassado e iria receber R$150.000,00.
José Brito explicou que na noite do 30 de junho de 2017, disparou três vezes contra Renatinho. Em seguida, correu para um carro, que era conduzido por homem conhecido por “Macaco Louco” e fugiu em direção à saída da cidade, por estradas de terra, até entrar em outro carro, aí dirigido por seu sobrinho, Jean. Ao chegarem na localidade do Rio do Peixe, de onde seguiu para Uberlândia em uma moto, disponibilizada pelo réu Lucas.
Ainda consta no documento que o acusado Maikon Diego, esposo da candidata à Prefeitura de campo Florido, Vanessa, também teria participação no crime, e que havia sido visto nas imediações de onde ocorreu a tentativa de homicídio e estava “vigiando” a vítima Renato, a fim de rear ao executor o melhor momento para agir.
“Ficou definido que a prova plena da autoria é necessária para a condenação. Na fase de pronúncia bastam indícios, e estes se encontram perfeitamente evidenciados, sendo certo que a prova plena da autoria é necessária somente para a condenação”, diz os autos.
Entenda o caso
O crime aconteceu às vésperas da eleição suplementar em Campo Florido. Renatinho, que é cadeirante disputava a eleição como favorito e foi alvejado com três tiros de arma de fogo. O ex-prefeito de Campo Florido, Ronaldo Castro Bernardes havia sido impugnado e está entre os acusados.
No começo do mês de abril de 2018, a Polícia Civil prendeu na zona rural de Indianópolis (MG), cidade a cerca de 250 quilômetros de Campo Florido, o homem apontado como sendo o pistoleiro contratado, José Brito de Alencar. A arma do crime, uma pistola 380, foi localizada com ele.
No dia 18 de abril de 2018, operação da Polícia Civil prendeu temporariamente outras quatro pessoas envolvidas, entre elas o ex-prefeito e seu vice, marido de uma então vereadora e o sargento reformado da Polícia Militar “Zacarias”. Na operação foram apreendidas várias armas de fogo e munições.
No dia 21 de setembro de 2021, o Sargento Zacarias, em uma delação premiada, confessou o envolvimento no crime. Ele citou todos os envolvidos e individualizou a participação de cada um na tentativa de homicídio duplamente qualificada, conforme sentença de pronúncia proferida pela Justiça Criminal em Uberaba. A delação premiada foi homologada no Ministério Público, deferida na Justiça e é pública.
Renatinho acabou eleito prefeito de Campo Florido dois dias depois do atentado com 2.671 votos (59,36%), após o candidato a prefeito mais votado em 2016, Ronaldo Castro, ter tido o registro indeferido pelo TSE em decorrência da rejeição de contas públicas.