Na Rádio JM, o secretário Celso Neto disse que a professora acusada já foi afastada e não estará no quadro de contratados no próximo ano (Foto/Jairo Chagas)
Após denúncia contra professora por suspeita de maus-tratos contra criança autista em um Cemei (Centro Municipal de Educação Infantil), Prefeitura instaurou sindicância investigativa para apurar possíveis irregularidades cometidas por servidores públicos no exercício das funções na unidade escolar onde o fato ocorreu.
O caso gerou repercussão após um vídeo ser espalhado nas redes sociais, mostrando a imagem de um menino em uma área aberta da unidade de ensino, sem roupa, enquanto a professora jogava água nele com balde. A gravação foi feita por vizinha do Cemei e encaminhada aos pais da criança, que registraram boletim de ocorrência na Polícia Militar.
A sindicância foi instaurada por meio de portaria publicada na sexta (23) no Porta-Voz. A Prefeitura estabeleceu que o procedimento investigatório tramitará sob sigilo até a conclusão. Com isso, não há detalhes sobre quantos servidores são alvo da apuração interna em andamento.
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Na portaria, ficou estabelecido prazo de 90 dias para encerrar os trabalhos e apresentar um relatório sobre o caso à Controladoria-Geral do Município. Com isso, um parecer deve ser emitido até o fim de março, se não houver prorrogação do prazo.
Quanto à professora acusada, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que a profissional já foi afastada de forma preventiva, na terça-feira (20). Ela será notificada para que possa se manifestar e apresentar defesa.
Em entrevista á Rádio JM na sexta-feira, o titular da pasta, Celso Neto, informou que a professora é contratada e não continuará no quadro da rede municipal no próximo ano. “A profissional não teve uma atuação condizente com a atribuição do magistério. Não tem como ignorar isso. Então, não é uma profissional que desejamos ter conosco para o ano que vem [...] Não é sobre a pessoa. A conduta dela tem que ser punida e repreendida exemplarmente para que não tenha mais isso na nossa rede. É inissível”, declarou.
Apesar de o desligamento da professora estar decidido, o secretário afirmou que ela terá oportunidade de apresentar defesa para que a Controladoria analise se a profissional ficará ou impedida de participar futuramente de processos seletivos ou concursos na Prefeitura. “Se ela conseguir justificar a situação, dentro dos critérios da Controladoria, não será penalizada”, disse.
A professora acusada já foi ouvida pela Polícia Militar nesta semana e relatou que o menino estava exaltado e havia urinado na roupa. Ao checar a mochila do menor, a profissional disse que constatou que não tinha troca de roupas e nem medicamento para controlar crises. Com isso, ela informou que solicitou ao pai para que levasse à instituição uma muda de roupas limpas e, também, a medicação para controlar as crises. Na sequência, diante da crise, ela levou a criança para área externa da instituição, onde há um chuveiro, para lavá-lo.
A servidora ainda declarou à PM que a criança adora água e que é uma orientação dos próprios pais dar banho para que a crise cesse. Ela disse que a água estava natural e havia brinquedos ao redor para o menino brincar até que se acalmasse.