O abaixo-assinado solicita a revisão dos estudos de tráfego e argumenta que as contagens em campo foram elaboradas entre março e abril de 2021 (Foto/Reprodução)
Abaixo-assinado on-line lançado nesta semana reivindica revisão do modelo de concessão da BR-262 para incluir duplicação do trecho entre Uberaba e Nova Serrana entre as obras a serem realizadas por empresa que assumir a rodovia. A petição é encabeçada por entidades classistas da região e, até o momento, já conta com 135 adesões, até a noite ontem.
No documento, as lideranças classistas requerem que a contratação da nova concessionária seja paralisada até que ajustes sejam feitos no projeto para atender à expectativa dos usuários da BR-262.
O abaixo-assinado solicita a revisão dos estudos de tráfego e argumenta que as contagens em campo foram elaboradas entre março e abril de 2021, período em que o país estava ando pela segunda onda da pandemia de Covid-19. “O que impôs uma forte paralisação nas atividades econômicas no país e, por consequência, uma profunda redução de tráfego nas rodovias brasileiras, razão pela qual se faz necessário que sejam feitas contagens atualizadas, aptas a demonstrar a alta demanda de tráfego no trecho”, continua o documento.
Outro pedido é a revisão das taxas de crescimento do tráfego, alegando que foram adotados dados da projeção do crescimento do PIB pela OCDE e cálculo para os próximos 30 anos mostra taxas inferiores a 1,5% ao ano na média. O texto afirma que o estudo não considerou que a região do Triângulo Mineiro apresenta índices de crescimento 40% superior à média do PIB nacional. Também está sendo solicitada a revisão dos dados de crescimento do PIB de 2022, que estarão disponíveis logo no início de 2023.
Além disso, as lideranças classistas da região reivindicam que seja feita simulação com cenários alternativos, calculando os valores da duplicação integral da rodovia e que seja levado em consideração o impacto dessas obras na tarifa de pedágio. “O estudo apresentado indica tarifa de R$0,12/km, uma vez que a sociedade está disposta a pagar um valor maior para ter uma rodovia classe 0 ou 1, e não classe 2, como proposto nos estudos”.
No documento, as lideranças classistas relembraram que o projeto de concessão apresentado em 2014 previa a duplicação da BR-262 da região até a capital mineira, mas apenas está duplicado um trecho limitado de 100 quilômetros entre Belo Horizonte e Nova Serrana. “Há muito tempo a péssima qualidade da rodovia e os elevados índices de acidentes, provocados significativamente com percentual de colisões frontais com mortes, contrasta com as melhores condições de trafegabilidade das rodovias paulistas e vêm direcionando para São Paulo nossas relações comerciais e culturais”, posicionou.
O grupo ainda manifestou ter sido surpreendido com a nova proposta de concessão apresentada em audiência pública este mês, pois os 44 quilômetros previstos de duplicação representam apenas 10% da extensão total do trecho entre Betim e Uberaba. O texto ainda aponta que os 127 quilômetros incluídos de 3ª faixa equivalem a somente 15% do trajeto.
A consulta publica referente à nova concessão da BR-262 foi aberta em novembro e uma audiência foi realizada no dia 1º de dezembro para detalhar as minutas do edital e do contrato de concessão. O prazo para envio de questionamentos e sugestões ao projeto termina nesta sexta-feira.