Polícia portuguesa retoma buscas no caso Madeleine McCann a pedido da Justiça alemã

A Polícia Judiciária de Portugal iniciou nesta terça-feira (3) uma nova etapa das investigações sobre o desaparecimento de Madeleine McCann, a menina britânica de três anos que sumiu em 2007 na Praia da Luz, região do Algarve. A operação, que deve se estender até sexta-feira (6), ocorre a pedido das autoridades da Alemanha, que conduzem uma linha de apuração paralela e apontam o alemão Christian Brückner como principal suspeito.

Segundo fontes ligadas à investigação, os materiais recolhidos pelos agentes portugueses serão reados ao Serviço Federal de Polícia Criminal da Alemanha, com autorização prévia do Ministério Público de Portugal. A iniciativa marca a retomada dos esforços no terreno, após buscas realizadas em maio de 2023 nas proximidades de um lago da região.

Christian Brückner, de nacionalidade alemã, encontra-se atualmente preso por estupro, crime cometido em 2005 contra uma turista americana de 72 anos, também na Praia da Luz. A condenação, que prevê sete anos de prisão, tem término previsto para setembro de 2025. Apesar de não ter sido formalmente acusado no caso Madeleine, ele é considerado o principal suspeito pelas autoridades alemãs, que declararam em 2020 estarem convencidas de seu envolvimento.

O histórico de Brückner inclui ainda diversas acusações por crimes sexuais cometidos em Portugal entre os anos 2000 e 2017, das quais foi absolvido em outubro de 2024 pela Justiça alemã. Nenhuma dessas acusações, no entanto, tem relação direta com o desaparecimento de Madeleine.

O caso Maddie, como ficou conhecido mundialmente, teve início na noite de 3 de maio de 2007, quando a menina desapareceu do quarto do apartamento onde dormia com os irmãos, enquanto os pais jantavam em um restaurante a poucos metros do local. A comoção internacional e a repercussão midiática transformaram o desaparecimento em um dos maiores enigmas criminais das últimas décadas, cercado de teorias, pistas falsas e reviravoltas.

Christian Brückner vivia na região do Algarve na época do desaparecimento e registros telefônicos indicam que seu celular estava ativo nas proximidades do apartamento dos McCann naquela noite. Apesar disso, o inquérito permanece sem uma acusação formal e definitiva.

As novas buscas, realizadas sob sigilo e com forte aparato policial, reacendem as esperanças de que a verdade sobre o paradeiro de Madeleine McCann possa, enfim, vir à tona após 18 anos de mistério.