FALANDO SÉRIO

Revelado conteúdo do bilhete dado à garota esfaqueada e morta por colega

Wellington Cardoso
Wellington Cardoso Ramos
Publicado em 20/05/2025 às 21:10Atualizado em 21/05/2025 às 21:01
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Investigações do assassinato da menina de 14 anos na Escola Livre não esclareceram o motivo do crime, mas tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público descartam as versões das redes sociais de bullying e misogenia. E isso ficou claro na coletiva que reuniu delegados, tenente-coronel da PM e promotores.

Nada disse
Se não há dúvida quanto à autoria do assassinato e a cumplicidade de outro garoto, a mesma segurança não pode ser transmitida aos jornalistas reunidos para a conversa quanto à motivação. Por mais de uma vez as autoridades deixaram claro que o acusado não prestou depoimento de forma oficial, optando por ficar calado.

Inveja
Uma das poucas novidades ditas na entrevista coletiva foi a de que a motivação do crime seria “inveja” (do garoto em relação a menina). Versão contada pelo PM que prendeu o autor horas depois do crime. Ouvido nos autos, esse policial contou ter escutado essa versão do próprio acusado, que, contudo, nada disse aos delegados e promotores.

Não existe outro
Polícia Civil considera o crime como apurado.  E foi categórica em afirmar que não existe uma terceira pessoa envolvida. Quanto ao segundo acusado, o Ministério Público disse que ele participou do planejamento da fuga, e nada mais além disso foi revelado. Promotores fizeram questão de ressaltar que a legislação impede a divulgação de alguns detalhes.

Falas oficiais
Das falas dos delegados Cyro Outeiro e Armando Papacídero, promotores André Tuma, Diego Agullar e Fernanda Forati extrai-se, entre outros detalhes, que:

- Não havia animosidade entre vítima e autores, colegas de sala;
- Inexiste terceiro envolvido no crime;
- Delito foi premeditado;
- Caderno apreendido tinha outros nomes e símbolos (“como todo caderno de jovens”), mas não uma lista para morrer;
- Autor do assassinato levou uma faca para a escola;
- Não houve uso de tesoura;
- Bilhete entregue à menina pelo agressor, momentos antes, era uma sentença de morte por estrangulamento;
- Vítima pode não ter entendido o bilhete;
- Foi pega de surpresa com o ataque, ocorrido logo após a entrega do bilhete;
- (Depois de apreendidos) Autores não demonstraram qualquer emoção em relação a vítima;
- O crime é análogo a homicídio triplamente qualificado;
- As escolas estão seguras;
- Pais têm responsabilidade com os filhoss, e devem olhar seus celulares e mochilas com frequência;
- Todos os pais dos envolvidos estão abalados emocionalmente;
- Ministério Público se esforçará para que seja aplicada a sanção mais rigorosa do ECA (3 anos de medida sócioeducativa). Gostem ou não é o que temos na legislação;
- Sentença do juiz da Infância e da Juventude deve ocorrer em 45 dias.

Assustadores
Nesta 4ª feira, a 1ª edição do JM News (das 7h às 8h30), na Rádio JM, mostrará números da violência sexual em Uberaba. Os dados oficiais levantados pela colega Joanna Prata são assustadores. E em especial o lugar onde os casos mais acontecem. O programa contará com a presença da delegada da PC Ludimila Perfeito.

Suspensão
Vereador Diego Rodrigues quer ampliar o poder de fiscalização do Legislativo sobre o Executivo. Para isso, propôs emenda à Lei Orgânica dando à Câmara competência para analisar contratos firmados pela Prefeitura e, se encontradas irregularidades, promover a suspensão deles. 

Inconstitucional
Para o procurador geral do Legislativo, a proposta é inconstitucional e avança sobre a competência do Tribunal de Contas do Estado. Advogado Diógenes Sene foi enfático em sua manifestação. Co-autora da proposta Ellen Miziara pediu vistas da emenda e conseguiu. Vale lembrar que emenda à Lei Orgânica não a pelo crivo formal do Executivo.

Fazer mais
Em seu primeiro mandato, Diego Rodrigues argumenta que os vereadores “podem fazer mais do que fazem”, na fiscalização aos atos do Executivo. E deu uma “alfinetada” em alguns, mas ninguém vestiu a carapuça. Disse ele que “não podemos ser uma extensão do Executivo”.

Inconvenientes
Diógenes foi um pouco além sobre as eventuais consequências da aprovação da proposta. Segundo ele, a lei não teria aplicabilidade, poderia gerar nulidade comprometendo a segurança jurídica dos contratos públicos e provocar a judicialização de situações específicas.

Sem coleta
China voltou à tribuna, agora para criticar a falta de água e a demora da coleta de lixo na comunidade rural da Baixa. Segundo ele, aquele bairro fica até uma semana sem coleta e com lixo amontoado nas calçadas. Quanto à água, o vereador do PCdoB afirmou que acontece de a população ficar até três dias desabastecida.

Irregular
A irregularidade da coleta de lixo nos bairros rurais mereceu comentários na nota técnica em que a ARISB – Agência Reguladora Intermunicipal do Saneamento Básico concedeu reajuste de quase 21% para a tarifa recebida pela S Ambiental. Aumento entra em vigor ainda esta semana.

Publicidade
Campanha publicitária dos 100 primeiros dias do 2º governo Elisa custou R$ 363,3 mil. Os valores foram obtidos pelo vereador Diego Rodrigues. Interessante foi a justificativa para os gastos: manter a imagem do governo. Vereador criticou o fato de  a Prefeitura ter incluído nas mensagens, sem o devido crédito, conquistas possibilitadas por emendas parlamentares.

Muitas estrelas
STF decidiu nesta terça-feira mandar nove militares para o banco dos réus, acusados de tentativa de golpe. Todos eles com muitas estrelas nos ombros: um general, cinco tenentes-coronéis, três coronéis e também um agente da Polícia Federal. Na lista estão integrantes dos “kids pretos”.

Auxílio iPhone
Procuradoria Geral do Município de São Paulo terá de responder a uma série de perguntas do Ministério Público, que investiga a possibilidade de irregularidade na criação do “auxílio iPhone” para os procuradores.  Auxílio prevê que a cada três anos a turma pode gastar até R$ 22 mil na compra de celulares, notebooks e outros aparelhos eletrônicos. Bens que não são incluidos no patrimônio público.

Sabe quanto?
Os procuradores paulistanos recebem salários de R$ 46 mil/mês, em média, e mais uns trocados como auxílios. Mas, boa é a explicação da PGM sobre o auxílio iPhone: “não representa ônus ao orçamento público”.

Só rindo...
Integrante de um dos poderes com muitos privilégios, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) está defendendo a revogação do auxílio.

Barulho
Uberaba vai discutir a poluição sonora e suas consequências em audiência pública a ser convocada pela Câmara Municipal a pedido da vereadora Ellen Miziara. As queixas  de barulho noturno têm se avolumado.

Falta  de remédio
Pela segunda vez este ano, Túlio Micheli está cobrando explicações da Prefeitura sobre a falta, na farmácia central, do medicamento Depakene Xarope. Produto usado contra crise epilética.

Vem aumento aí
Energia elétrica residencial em Minas ficará 7,36% mais cara a partir do dia 28 deste mês.

Cadeia neles
Nas redes sociais, o delegado aposentado Heli Grilo fez desabafo (saudosista) sobre as fraudes no INSS. Disse que gostaria de apurar os responsáveis e botar todo mundo na cadeia.

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