ABSOLVIDA

Uberabense lança livro contando trajetória após ser presa injustamente

Joanna Prata
Publicado em 18/05/2025 às 15:34
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 Acusada por um assassinato, pelo qual posteriormente foi absolvida, Priscila Santos, natural de Uberaba, ou dois anos presa até ser libertada em 2012. Usuária de crack e em situação de rua na época, ela afirma que foi alvo de um processo cheio de falhas. “Eu não estava nem no local do crime”, conta. A experiência no cárcere, marcada por sentimentos de impotência e abandono, deu início a uma profunda transformação pessoal que anos depois se tornaria o enredo do livro Sobrevivente de Mim, atualmente em pré-venda.   

Após sair da prisão, Priscila enfrentou uma recaída no vício, voltou a morar nas ruas e trabalhou como garota de programa e em boates como forma de sobrevivência. A virada começou quando conheceu sua esposa e iniciou um tratamento baseado na política de redução de danos, substituindo o crack pelo uso da cannabis. “A maconha me tirou da rua. Me dava fome, sono, vontade de viver. Me ajudou a sair do crack, da cocaína e até do cigarro. Sou paciente de cannabis medicinal até hoje”, diz ela, que atua como ativista pela causa. Ela retomou os estudos, superou o vício e conseguiu se inserir no mercado de trabalho, incluindo a abertura de sua própria empresa no setor financeiro. 

  

Foi em 2020, já emocionalmente mais estruturada, que começou a escrever sua autobiografia. O processo levou cinco anos e funcionou como uma forma de cura e reflexão. “Escrevi chorando, rindo, com saudade e raiva”, relata. Lançado de forma independente por uma editora de Sorocaba (SP), 'Sobrevivente de Mim' resgata em detalhes a trajetória de dor, resistência e reconstrução que viveu ao longo de mais de uma década.   

Além de autora, Priscila é hoje ativista da política de redução de danos e paciente autorizada do uso medicinal da cannabis. Convidada a contar sua experiência em eventos como audiências na Assembleia Legislativa de São Paulo, ela busca não só justiça por tudo o que viveu, mas também reconhecimento: “Preciso transformar essa dor em algo que faça sentido, principalmente para quem já se sentiu tão invisível quanto eu fui”, finaliza. 

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