Nos primeiros sete meses do ano foram registrados 2.283 focos ativos de queimadas (Arquivo/Jairo Chagas)
Os focos de incêndios detectados de 1º janeiro a 27 julho em Minas Gerais estão no mesmo nível, se comparados com igual período do ano ado. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), nos primeiros sete meses do ano foram registrados 2.283 focos ativos de queimadas detectados pelo satélite.
Em igual período do ano ado, foram registrados 2.719 focos de incêndio em Minas Gerais. Em 2021, o Inpe registrou 12.110 queimadas no Estado. Somente em setembro do ano ado, foram 5.638 focos de incêndio registrados. Na série histórica, iniciada em 1998, o pior ano foi o de 2003, com 19.426.
Entre os dez estados com mais focos de queimadas detectados pelos satélites do Inpe, desde janeiro, estão o Mato Grosso, com 7.859; Tocantins, com 3.920; Maranhão, com 3.170; Minas Gerais, com 2.039; Bahia, com 2.001; Pará, com 1.777; Goiás, com 1.567; Mato Grosso do Sul, com 1.394; Piauí, com 927, e São Paulo, com 761.
Se considerado apenas o mês de julho (até o dia 20), Maranhão (1.412 focos), Tocantins (1.145), Mato Grosso (1.019), Pará (653), Minas Gerais (546) e Goiás (349) lideram o ranking de estados com mais focos de incêndios. Bahia, Piauí e Amazonas também registraram mais de 300 focos de queimadas no decorrer do mês.
Com a chegada do período mais seco, os altos números também preocupam nos estados que compõem a Amazônia Legal (Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará e Amazonas, principalmente), nos quais as ocorrências de queimadas estão frequentemente associadas à devastação das florestas e à posterior grilagem de terras, assim como ao avanço sobre áreas protegidas e terras públicas.
O aumento de doenças respiratórias está entre os inúmeros prejuízos causados pelos incêndios à população dessas regiões. Outros problemas incluem a perda de patrimônio socioambiental e cultural, como as áreas de uso familiar ou coletivo atingidas pelo fogo criminoso, as faixas de florestas e cerrado que representam habitats para muitas espécies animais e vegetais e mesmo os sítios arqueológicos ainda desconhecidos por instituições de pesquisa e comunidades do entorno.