A esperança de Michelin é que, comprovando a eficácia do tratamento, seja garantida a possibilidade de pesquisa em pacientes nos estágios iniciais (Foto/Divulgação JM)
Que Uberaba é um polo para tratamento de câncer, isso é de conhecimento comum. Porém, em alguns anos, a cidade também pode ganhar ainda mais notoriedade no tema devido a uma vacina com o objetivo de aniquilar tumores cancerígenos. Em entrevista à Rádio JM, a pesquisadora Márcia Michelin, que trabalha pela UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) explicou sobre o funcionamento do imunizante e quais as perspectivas para os pacientes com câncer.
O tratamento tem como objetivo reforçar as células imunológicas dos pacientes. Atualmente, participam da pesquisa aqueles que já esgotaram as possibilidades de tratamento por quimioterapia, radioterapia e cirurgias. O nome dado para o tratamento é imunoterapia autóloga, ou seja, feita a partir de material do próprio paciente.
“Nós temos projetos de pesquisa desde fazendo uso experimental, que nós chamamos com o camundongos. Isso, tudo dentro da ética prevista nos comitês de ética locais e nacionais. E nós também temos alguns projetos de pesquisa em que o Comité de ética em pesquisa em humanas nos autoriza a fazer o tratamento em pacientes cujas terapias convencionais já se esgotaram”, explica Márcia.
A pesquisa já tem cerca de 21 anos tem gerado bons resultados já nos pacientes em fase terminal, conforme a pesquisadora. A esperança de Michelin é que, comprovando a eficácia do tratamento, seja garantida a possibilidade de pesquisa em pacientes nos estágios iniciais. "Muitos dos pacientes que os médicos me encaminham possuem perspectiva de dois a três meses de sobrevida. Nós já tivemos pacientes que desses dois, três meses, a gente conseguiu, com uma ótima qualidade de vida, porque a vacina, até então, não tem nenhum efeito colateral, esses pacientes já estão com a gente há um ano, um ano e meio, dois anos”, relata.
De acordo com a pesquisadora, a vacina não trata apenas o tumor, como também as metástases, considerada a maior causa de morte pelo câncer, não em experimental. "Eu já tenho alguns dados novos mostrando que, a metástase hepática, pulmonar, no sistema nervoso central, a gente consegue reduzir muito utilizando essa imunoterapia”, analisa.
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