FILA ELETRÔNICA

Número de psiquiatras para atender fila eletrônica cai para oito

Sistema está desatualizado e não consegue reduzir o número de solicitações

Letícia Marra
Publicado em 21/02/2023 às 18:40
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Os números da fila eletrônica ainda estão desatualizados por um problema de sistema (Foto/Ilustrativa)

Os números da fila eletrônica ainda estão desatualizados por um problema de sistema (Foto/Ilustrativa)

Mais uma vez, a fila eletrônica é alvo de reclamações e os atendimentos psiquiátricos seguem paralisados e sem controle dos acolhimentos realizados. Com fila estabilizada em mais de 4 mil pessoas aguardando por uma consulta psiquiátrica, o número de profissionais diminuiu de 10 para 8, e um dos motivos apontados é a relação salarial.

Ainda em novembro do ano ado, foi apontado que a fila da psiquiatria havia tido aumento de 316,66% em menos de 2 anos. De 1.200 pacientes saltou para 4.230. O número segue paralisado e a explicação do Governo Municipal é que o sistema não retira pessoas da lista. 

“O atendimento psiquiátrico acontece de forma regular, porém ele não consegue puxar os pacientes da fila, ele é realizado constantemente. Mas a fila eletrônica é questão de sistema, isso já está sendo regularizado e nós iremos reduzir essa fila o mais rápido possível. Porém, pessoas que constam na fila, podem estar sendo assistidas, porque é um protocolo colocar o paciente na fila pra constar que ele foi inserido para tratamento psiquiátrico, mas não necessariamente ele não está sendo assistido”, explica a diretora da Atenção Psicossocial, Gisele Souza de Santi. 

Questionada sobre o motivo da demora da atualização da lista, ela informa que nem todos os profissionais da rede têm o ao sistema do agendamento eletrônico e está sendo realizado trabalho de atualização manual. “Estamos fazendo esse trabalho de mandar uma lista e a fila é atualizada. Metade dessas pessoas estão sendo atendidas porque tem os critérios de urgência e encaixe e não estamos deixando a população desassistida”, pontua. 

Gisele de Santi ainda aponta que cerca de 1.200 pacientes são atendidos em psiquiatria só no Serviço Intermediário de Atenção Psicossocial (SIAP), que é o ambulatório de saúde mental de média complexidade. Além disso, os centros de atenção psicossocial recebem em média 10 pacientes por dia para fazer triagem e direcionamento para os outros serviços da rede. 

Outra questão apontada é a falta de profissionais. Em novembro do ano ado, eram 10 psiquiatras para atender fila de 4.230 pacientes. Hoje, a rede conta somente com 8 profissionais. A falta de especialistas pode ser explicada por um problema de outras especialidades: baixo salário. Segundo Gisele, um psiquiatra da rede, que atende cerca de quatro horas/dia, recebe em média de R$6 mil a R$7 mil reais por mês. 

Para médicos psiquiatras, R$ 8.115,08 é a média do piso salarial 2023 de acordos coletivos levando em conta profissionais em regime CLT de todo o Brasil. O teto salarial está estipulado em R$ 17.815,17.

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