Com quase um mês completo do início do Censo IBGE 2022, a pesquisa ainda caminha a os lentos em Uberaba. Isso porque os recenseadores encontraram resistência por parte da população para responder o questionário que levanta informações sobre a população brasileira. De acordo com o coordenador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na cidade, Marshal Marangoni, os recenseadores precisam lidar diariamente com fake news e violência no processo de entrevistas.
O coordenador explica que o índice de rejeição em Uberaba chega a 3%, o que é preocupante porque se equipara com o índice próximo ao da capital, Belo Horizonte, que tem quase oito vezes o número de moradores. “A gente está com um índice de mais de 3% de recusas e esse é um índice que está perto da capital, Belo Horizonte. Então, é algo preocupante. Os recenseadores estão enfrentando muita dificuldade, grosseria, a gente já teve situações de a pessoa tentar agredir recenseador”, afirma.
Outra questão levantada pelo coordenador são as famosas fake news. De acordo com Marshal, mentiras sobre os recenseadores não são incomuns em épocas de censo demográfico. No entanto, levando em consideração a rapidez da comunicação gerada pelo avanço da tecnologia, essas mentiras se espalham com ainda mais facilidade. “Outro problema que a gente está constatando são as fake news, que estão correndo nos grupos de bairro, falando para o pessoal não responder, porque vai perder benefício social, não responder porque está correndo nos grupos que é bandido que está se ando por recenseador. Enfim, não procede. Sobre o benefício social, não procede isso. A questão do benefício social, se a gente for pensar, é até o contrário. Se a gente não constatar o problema da cidade, do país, a médio e longo prazo nós vamos perder os benefícios sociais. Então, a pessoa deixa de responder o censo e está jogando contra ela própria”, explica.
No caso de dúvidas, a população pode consultar por meio do site, do 0800 e até identificar pelas vestimentas se a pessoa realmente faz parte da equipe de pesquisa. “É bem fácil de identificar. Fora que não precisa pedir para deixar o recenseador entrar dentro de casa. Se a pessoa quiser responder no portão mesmo, na grade, pelo interfone, ela pode”, afirma Marshal.
Lembrando que o IBGE deu três meses de prazo para a entrega dos dados de recenseamento. “E nós já estamos caminhando para o fim do 1º mês”, relembra o coordenador. No entanto, apesar de ainda não haver uma previsão de prorrogar o prazo de pesquisa, essa pode ser a única saída caso a situação de rejeição continue.
Marshal ainda alega à reportagem do Jornal da Manhã que Uberaba é apenas um reflexo de toda a região Sudeste, além das regiões Centro-Oeste e Sul. Segundo o coordenador, as regiões Norte e Nordeste são as únicas regiões com situação mais confortável quando se trata de aceitação da pesquisa.