DISTRIBUIÇÃO DE ABSORVENTES

Ações de dignidade menstrual devem ter caráter educativo

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 21/12/2022 às 15:17Atualizado em 29/12/2022 às 17:43
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Vereadora Rochelle Gutierrez, durante trabalho na Câmara (Foto/Rodrigo Garcia/CMU)

Em entrevista à Rádio JM, nesta quarta-feira (21), a vereadora Rochelle Gutierrez comentou sobre a aplicação, ainda sem início, do Projeto de Lei da Dignidade Menstrual, provocado por ela e enviado à Câmara pela Prefeitura. Além da distribuição de absorventes a mulheres em estado de vulnerabilidade, o programa deve contar com um apoio social formado por um grupo de trabalho conjunto com a Secretaria de Educação (Semed).

Durante o JM News 1ª Edição, Rochelle revelou que todo o tema de menstruação ainda é incipiente, para não dizer imaturo, na sociedade uberabense. Por vezes, segundo a vereadora, ela recebe mensagens de mulheres que se sentiram constrangidas ou reclusas quando tiveram que debater sobre algo tão natural. “Para mim é uma surpresa falarmos disso somente em 2021 [época do Projeto de Lei] sendo que as mulheres sempre menstruaram. Mostra a importância de termos mulheres na política para falar sobre coisas que afetam o nosso dia-a-dia”, apontou Bazaga.

Por isso, além da ação prática de garantir os produtos femininos, é necessário que haja uma interlocução eficiente com mulheres, desde a adolescência, sobre a importância de manter a saúde em dia e conhecer o próprio corpo. A intenção é criar, com a Semed, um grupo de trabalho intensivo para elucidar os mitos da menstruação e intensificar a pauta da saúde pública.

“Eu sugeri ao secretário Celso Neto que fosse feito um grupo de trabalho entre o Legislativo e Executivo para discutir um programa, a forma como essa lei vai ser aplicada. Não é só distribuir absorvente. Quando vou a um lugar sempre acabo chamada em um cantinho para falar sobre isso. É um assunto que ainda não é tratado de forma aberta”, revelou Rochelle.

Ainda na quarta, ela confirmou que Celso Neto recebeu a ideia com bons olhos e que deve ser colocada em prática em breve.

A Lei da Dignidade Menstrual já envolve outra pasta do Governo, o Desenvolvimento Social (Seds). A licitação de 27.890 pacotes de absorventes, com oito unidades cada, para um período de 12 meses, lançada pela Seds, é estimada em R$ 135 mil. Os itens serão disponibilizados às adolescentes e mulheres em vulnerabilidade socioeconômica acolhidas nas unidades e abrigos sob gestão do Município ou atendidas por Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

Além disso, também serão contempladas as vítimas de violência doméstica que arem pelo Centro Integrado da Mulher (CIM) e as mulheres em situação de rua, que são atendidas no Centro Pop (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua).

Alunas da rede municipal que iniciarem o ciclo menstrual também receberão absorventes gratuitamente. Nesse caso, entra a ação incisiva da Educação e da proposta apresentada ao secretário Celso Neto.

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