Brasileiro acredita que sabe imitar o sotaque português. E, sendo justa, sendo uns mais talentosos que outros, até certo ponto alguns têm moderado sucesso. Mas chegando aqui a Portugal, constatamos que o português europeu que se pratica no Brasil, geralmente em piadas, deve muito à pátria mãe da nossa língua.
Aqueles com bom ouvido e jeito para sotaques até conseguem imitar os trejeitos mais familiares que “comem” as vogais, enquanto afloram todas as consoantes possíveis, inclusive aqueles “éles” no fim das palavras. Porém, há lados menos conhecidos da sonoridade lusitana que são até meio estranhos.
Como quando ouvi que “a água da pichina está echelente” - quando a temperatura da água da piscina estava agradável, ou excelente. Ou quando consistentemente se referem à marca do meu carro como um Ônda. Ocorre que, em Portugal, não se pronuncia o “H” no início de palavras em inglês. Claro, eu tenho um Honda, que, no Brasil, se pronuncia “Ronda”.
Quando tenho vontade de comer pizza, não devo pedir pítza, como no Brasil, mas, sim, piza. E foi assim que, um dia, pedi indicações por telefone e uma senhora muito educada me disse: “É em cima da pizâte.” “Como":[]}